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CNBB afirma que papa Francisco acolheu pedido de canonização de Anchieta

José de Anchieta, conhecido como Padre Anchieta, nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias, na Espanha, onde foi um revolucionário que tomou parte na Revolta dos Comuneiros contra o Imperador Carlos 5º. Da ordem dos jesuítas, veio para o Brasil em 1553, junto com outros padres que se opunham à reforma religiosa na Europa. Se dedicou a catequizar os índios brasileiros e, para isso, foi viver no meio deles - Reprodução/Portal São Francisco
José de Anchieta, conhecido como Padre Anchieta, nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias, na Espanha, onde foi um revolucionário que tomou parte na Revolta dos Comuneiros contra o Imperador Carlos 5º. Da ordem dos jesuítas, veio para o Brasil em 1553, junto com outros padres que se opunham à reforma religiosa na Europa. Se dedicou a catequizar os índios brasileiros e, para isso, foi viver no meio deles Imagem: Reprodução/Portal São Francisco

Em Aparecida (SP)

18/12/2013 16h56

O cardeal-arcebispo de Aparecida, no Vale do Paraíba (SP), e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno Assis, afirmou nesta quarta-feira (18) que o beato José de Anchieta poderá ser canonizado em 2014.

"Eu tive a honra e a alegria de receber um telefonema pessoal do Santo Padre para dizer, justamente, que acolhia positivamente o pedido de canonização", disse. O Apóstolo do Brasil já havia sido beatificado pelo papa João Paulo 2º, em Roma, em 22 de junho de 1980.

A resposta, de acordo com dom Raymundo, contempla um pedido enviado recentemente a Francisco pela CNBB para que fosse avaliada a possibilidade de canonização "deste santo tão importante em terras brasileiras". A data da canonização ainda não está definida, mas pode ser que ocorra ainda em 2014.

"Ao responder positivamente, o papa nos enche de alegria e satisfação, principalmente nos locais por onde ele passou: São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Ele é uma pessoa que marcou a nossa história desde o início", afirmou o arcebispo.

Anchieta ficou conhecido como o "Apóstolo do Brasil", pois, de acordo com dom Raymundo, "foi um grande missionário, que merece ser colocado como modelo de seguimento do Evangelho".

O beato, que nasceu em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), em 19 de março de 1534, chegou ao Brasil em 1551 e ainda noviço, em 25 de janeiro de 1554, participou da fundação da Vila de Piratininga, berço da futura metrópole de São Paulo, no atual Pateo do Collegio.

Paz e fraternidade

Dom Raymundo, que estava acompanhado do bispo-auxiliar de Aparecida, dom Darci José Nicioli, comentou também a mensagem de Francisco para 1º de janeiro, quando se comemora também o Dia Mundial da Paz, instituído pelo papa Paulo 6º, em 1968. "A paz só pode começar quando eu conseguir ver no outro um irmão, igual a mim, criado à imagem de Deus e resgatado pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto não se tem essa visão do outro, fica difícil a paz", afirmou, ao se referir ao tema deste ano: "Fraternidade, Fundamentos e Caminhos para a Paz".

Outra questão abordada pelo arcebispo de Aparecida foi a Campanha da Fraternidade de 2014, cujo tema "Fraternidade e Tráfico Humano", foi destacado como um "itinerário" para a libertação pessoal, comunitária e social.

"Pessoas são violentadas na sua liberdade, muitas vezes por razões econômicas", disse. De acordo com dom Raymundo, "o tráfico humano certamente é fruto da cultura que vivemos e a campanha, ao trazer luz para esse verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade". "A cultura do bem estar individual nos torna insensíveis ao grito dos outros."

Dom Raymundo afirmou que essa cultura leva as pessoas a se sentirem como "bolhas de sabão", que são bonitas, "mas não são nada, são pura ilusão" e cultivam a indiferença. "Caímos na globalização da indiferença", disse.

 

Família

O presidente da CNBB se referiu também à assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, a realizar-se de 5 a 19 de outubro, com o tema "Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização". É o mesmo assunto da assembleia ordinária a realizar-se em 2015, mas terá como foco os desafios pastorais para a evangelização relacionados com a família.

O tema é motivo de uma pesquisa nas paróquias e dioceses, com questões relacionadas à família. "O papa e os bispos querem conhecer a realidade da família para encontrar respostas, à luz do Evangelho e dos documentos da Igreja, para as situações concretas que estamos vivendo no mundo de hoje. A Igreja não pode fechar os olhos para essa realidade", afirmou.